quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Visita a Itá







Nosso Tempo!

E.E.F. Batista Paludo
Aluna: Uliana Lermen
Professora: Ives Zandonai
Disciplina: Português
8ª série


Nosso Tempo!

Nos anos 60, os carros não tinham cintos de segurança, apoio para cabeças, nem air-bag. Íamos soltos no banco de trás fazendo aquela farra. E isso não erra perigoso.
Não havia travas de segurança nas portas dos carros, chaves nos armários de medicamentos, detergentes ou químicos domésticos. A gente andava de bicicleta pra lá e pra cá, sem capacete, joelheiras, caneleiras e coto veleiras.
Bebíamos água de filtro de barro, da torneira, de uma mangueira, ou de uma fonte e não águas minerais em garrafas ditas “esterilizadas”.
Construíamos aqueles famosos carinhos de rolimã e aqueles que tinham a sorte de morar perto de uma ladeira asfaltada, podiam tentar bater recordes de velocidade e até verificar no meio do caminho que tinham economizado a sola dos sapatos, que servia como freios. E estavam descalços. Depois de alguns acidentes, todos os problemas estavam resolvidos.
Íamos brincar na rua com uma condição: voltar ao anoitecer para casa. Não havia celulares, e nossos pais não sabiam onde estávamos. Era incrível!
Tínhamos aula só de manhã, e íamos almoçar em casa. Quando tínhamos piolho usávamos Neocid em pó ou cascas de uma arvore chamado pau - amargo.
Braço no gesso, dentes partidos, joelhos ralados, cabeça lascada... Alguém se queixava disso?
Comíamos doces á vontade, pão com banha, bebidas com o (perigoso) açúcar. Não se falava em obesidade, brincávamos sempre na rua e éramos muito ativos.
Dividíamos com nossos amigos uma Tubanína (refrigerante de Tutti - Frutti), comprávamos naquela vendinha da esquina, gole a gole e nunca ninguém morreu por isso.
A pé ou de bicicleta, íamos á casa de nossos amigos, mesmo que eles morassem kms de nossas casa, entravamos sem bater e íamos brincar.
Jogávamos futebol na rua, com a trave sinaliza por duas pedras, e mesmo que não fossemos convocados, ninguém ficava frustrado e nem era o “FIM DO MUNDO”.
Na escola tinha bons e maus alunos. Uns passavam e outros reprovavam. Ninguém ia por isso a um psicólogo ou psicoterapeuta. Quem não passava, simplesmente repetia o ano e tentava no ano seguinte.
Tínhamos: Liberdade, fracassos, sucesso e deveres.
E aprendemos a lidar com cada um deles.
Como éramos felizes no nosso tempo!


Classificada como primeira suplente nas Olimpíadas de Língua Portuguesa.